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Construções da História – O Anfiteatro Flaviano

O Anfiteatro Flaviano - Coliseu

Um dos pontos turísticos mais visitados do mundo, o Anfiteatro Flaviano (mais conhecido como Coliseu) é o maior anfiteatro já construído, além de ser considerado o maior símbolo da cidade de Roma e do Império Romano. No post de hoje, nós contamos um pouco mais sobre esse incrível edifício.

História

O início de sua construção data do ano 72 d.C., sob governo do imperador Vespasiano, mas a obra só foi concluída no ano 80 d.C., sob regime do sucessor e herdeiro Tito. Entre os anos de 81 e 90 d. C., o imperador Domiciano acrescentou mais um andar ao anfiteatro, passando de três para quatro, e a capacidade de espectadores passando de 50 para 90 mil pessoas!

O nome “Anfiteatro Flaviano” é em referência ao nome da família que governava o Império Romano na época – os Flavius. O edifício só foi ser popularmente conhecido como “Coliseu” a partir do século VIII. A teoria mais aceita é a de que o nome tenha mudado por causa de uma grande estátua de bronze do imperador Nero, que se encontrava perto do local, e que era conhecida como “Colosso de Nero”. Atualmente, essa estátua não existe mais, restando apenas sua base no local.

Características

O Coliseu foi construído numa região onde antes havia um palácio do imperador Nero. Para que isso acontecesse, os engenheiros tiveram que demolir o palácio e drenar um lago artificial que havia sido criado ali. Entretanto, o solo naquela região havia ficado pantanoso. Por isso, para que as bases da construção fossem sólidas e fortes, os engenheiros utilizaram uma mistura de cinzas vulcânicas com pedras e blocos de rocha calcária, criando uma espécie de concreto.

Projeção 3D de como teria sido o Coliseu.

O acabamento foi feito com mármore travertino, ladrilho e tufo (pedra calcária com grandes poros). Sua planta elíptica possuía 190m de comprimento por 155m de largura e 48,5m de altura – o equivalente a um prédio de aproximadamente 12 andares.

O Coliseu foi palco de grandes espetáculos e combates entre gladiadores e animais. Sua arena possuía piso de madeira coberto com areia – para absorver o sangue dos combates. Sob a arena havia um labirinto de túneis secretos para transportar os animais para a superfície. Além disso, acredita-se até que batalhas navais puderam ser representadas na arena com dutos de água inundando o local para tornar isso possível.

Arena descoberta, com labirinto de túneis secretos.

A construção do edifício mostra o avanço na engenharia de estruturas que houve durante esse período: além do uso de concreto, destaca-se a cobertura removível que protegia os espectadores do Sol, sua forma de arcos abobadados concêntricos, além da fachada de arcos – que distribuía bem as cargas e evitava que fosse necessário o preenchimento total das paredes do monumento.

O Coliseu atualmente

Ao longo do tempo, o Coliseu sofreu com ameaças naturais e saques. Vários tremores de terra ao longo dos séculos prejudicaram suas estruturas, demolindo-as em parte. Além disso, o edifício foi alvo de saqueadores, restando pouco do mármore que revestiam o monumento. Apesar disso, o Anfiteatro Flaviano continua sendo, até os dias de hoje, uma imponente construção, carregando o brilho e a importância dos tempos passados. Recentemente, o governo italiano anunciou uma nova reforma, dessa vez no piso da arena. Isso vai possibilitar aos visitantes, o acesso à área de combate dos gladiadores. A previsão é de que ficará pronta em 2023.

Construções da História – Babilônia

Uma das mais famosas construções da Babilônia e maravilhas da Antiguidade, os Jardins Suspensos podem nunca ter, de fato, existido.

 

construções da babilônia - representação do que teriam sido os jardins suspensos

Representação do que teriam sido os Jardins Suspensos da Babilônia, por Ferdinand Knab.

 

Suspenderam os Jardins da Babilônia. Se interpretarmos essa frase de determinada maneira, isso pode até ser verdade, já que muitos mistérios rondam essa maravilha do mundo antigo. Há historiadores que defendem que os tais jardins nunca nem mesmo existiram. Mas vamos começar do começo: o que seriam os Jardins Suspensos da Babilônia?

 

O Jardim

Para isso, precisamos voltar no tempo, para os anos 600 a.C. (mais ou menos). De acordo com escritos antigos gregos e romanos, na região da Babilônia – atual Iraque, havia um conjunto de jardins ascendentes que, juntos, chegariam a uma altura de 23 metros, com a aparência de uma montanha. Esses jardins eram sustentados por grandes pilastras e possuíam uma grande diversidade de árvores, frutos e flores.

Mas como isso seria possível no meio do deserto? Para irrigar todas essas plantas, os jardins contavam com um sofisticado sistema de bombas e tubulações que levavam a água do Rio Eufrates para o local. Acredita-se que de uma grande piscina do último piso, a água descia em cascatas para os outros terraços. Esse sistema de bombas e tubulações era interno, não era visível, o que tornava os jardins ainda mais belos. O engenheiro grego Filão de Bizâncio chegou a descrever o processo de irrigação:

Os aquedutos contêm água que corre de lugares mais altos, permitindo que parte do fluxo desça encosta abaixo, enquanto força outra parte para cima, correndo para trás, por meio de um parafuso”.

 

As Fontes

Os escritos mais antigos encontrados sobre uma das mais famosas construções da Babilônia datam de 290 a.C. Autores diferentes descrevem os jardins, por que e como foram construídos, assim como seu sistema de irrigação.

Um desses escritos afirma que o imperador Nabucodonosor II mandou construir os jardins para uma de suas esposas, Amyitis, que vinha da Pérsia e sentia falta das paisagens montanhosas. O jardim era uma tentativa de imitar as montanhas daquela região. Entretanto, esse é o único escrito que credita a construção a esse imperador.

 

representação dos jardins suspensos da babilônia

Representação do que teriam sido os Jardins Suspensos da Babilônia, por Martin Heemskerck.

 

Mistérios e controvérsias

Não se sabe ao certo se os jardins suspensos realmente existiram, pois nenhuma evidência arqueológica foi encontrada até hoje. Além disso, são poucos os documentos babilônicos preservados. Os escritos mais antigos que mencionam os jardins são de quatro séculos depois de sua possível construção. Há historiadores que sugerem que eles são uma criação mítica, representando apenas um ideal de paraíso, de jardim oriental.

Apesar disso, suspeita-se de que as tais evidências arqueológicas podem existir soterradas abaixo do Rio Eufrates, já que o rio alterou seu curso ao longo do tempo. Entretanto, por questões de segurança, ainda não pode ser escavado.

Uma outra teoria é a de que os jardins suspensos tenham existido, mas não na Babilônia, e sim em Nínive, 480km mais ao norte. Stephanie Dalley, uma pesquisadora britânica, propõe que um vasto sistema de aquedutos descobertos em 2013, serviriam para levar água aos extensos (e bem documentados) jardins do palácio do rei assírio Senaqueribe, e que esses jardins acabaram sendo atribuídos à região da Babilônia por engano.